Um hábito é algo que fazes com regularidade. Diz-se que são necessários e suficientes 21 dias para criar um novo hábito.
Não sei se será mesmo assim, mas uma coisa é certa: tudo o que fazes repetidamente torna-se um hábito.
Os hábitos e as rotinas andam de mãos dadas. São a forma como a nossa mente evolui: muito esforço para fazer algo novo, depois é cada vez mais fácil, até ser algo em que nem sequer pensamos duas vezes.
Lembras-te quanto andavas a aprender a conduzir o automóvel? Que confusão de pedais e manetes. Em cima disso tinhas de prestar atenção ao que se passava lá fora na estrada, na berma, atrás de ti, aos lados, prever as intenções dos outros condutores… Um stress.
Contudo, com a prática, agora fazes tudo aquilo e ainda mais coisas simultaneamente, sem sequer precisares de pensar. Conduzir um automóvel tornou-se um hábito.
É assim com todas as coisas:
- primeiro fazes algo onde não te sentes à-vontade,
- depois integras isso na tua rotina e ficas confortável na nova situação: expandiste a tua zona de conforto,
- depois podes avançar para o patamar seguinte, voltando a expandi-la.
Quanto maior for a tua zona de conforto, mais probabilidades tu tens de ser muito bem-sucedido pois tens cada vez mais e maiores competências.
Um guru tem alguns hábitos que tu precisas de adquirir:
1- Desenvolvimento Pessoal.
Tu és a tua própria “mercadoria”, e uma de duas coisas acontece com todas as mercadorias: ou se valorizam ou se desvalorizam. Não há ponto morto. Ou estás a crescer ou a mingar, a evoluir ou a des-evoluir, a ser valorizado no mercado ou desvalorizado.
Por isso tens de investir uma boa porção do teu tempo diário no teu progresso pessoal em todas as áreas da vida, nomeadamente nestas 6, todas ligadas umas com as outras:
a. Saúde. Cuida de ti o máximo que puderes. Da tua saúde física, emocional, mental e espiritual nutrindo cada uma destas tuas dimensões com os nutrientes adequados.
b. Finanças. O dinheiro é uma forma de energia muito importante e poderosa. É um escravo fantástico, mas um péssimo senhor. Tens de tomar uma decisão a este respeito: ou o serves tu a ele ou o pões a servir-te a ti. Ou trabalhas tu para ele ou trabalha ele para ti.
c. Afectividade. A vida afectiva é um dos principais ingredientes da felicidade. Não podes sacrificar uma relação por causa da carreira, por exemplo, pois ficarás sem uma nem outra. Dentro da afectividade tens a tua relação íntima, mas também com amigos, pais, irmãos, filhos, colegas, etc. Se tiveres uma vida afectiva equilibrada não somente és mais feliz mas também mais efectivo nas outras 5 áreas da vida.
d. Realização Pessoal. Muitas pessoas passam a vida a fazer coisas que detestam, para ganhar dinheiro que permita continuarem a levar uma vida infeliz. Tu não. Põe a tua realização pessoal como prioridade na tua vida. Se tens um emprego de que precisas para sobreviver, não te despeças já, mas começa a criar o teu plano B. Penso que os artigos que estás a ler poderão ser uma peça útil nesse teu plano. Marca uma data para deixares de fazer o que não te preenche e trata de pôr em marcha um plano que te permita libertares-te nesse dia. A vida é demasiado curta para a desperdiçarmos sendo incompletos.
e. Contribuição Social. A generosidade é a marca do serviço. Não importa se neste momento tens muito ou tens pouco, se passas necessidade ou tens em abundância, o hábito de contribuir para satisfazer as necessidades e os desejos dos outros é a missão mais dignificadora que temos para cumprir. Encontra uma organização com cujo trabalho te identifiques e estabelece o compromisso de a apoiar enviando dinheiro, bens, sendo voluntário, etc. A contribuição social fará mais por ti como ser humano do que todos os livros que possas ler .
2- Agenda preenchida.
Deves ter uma variedade de actividades na tua agenda.
Elas devem espelhar o teu compromisso com as cinco áreas do número anterior. Por aí podes avaliar quais são as tuas prioridades: se é a saúde, as finanças, a afectividade, a realização pessoal ou a contribuição social.
A tua agenda não mente: o que lá está é real, o que não está lá, poderá sê-lo ou não. Normalmente não o é.
Se não precisas de uma agenda, das duas uma: ou tens uma memória prodigiosa e uma capacidade organizativa anormal, ou andas a perder uma boa parte do teu tempo.
Eu falo com autoridade neste aspecto porque sempre abominei agendas (aliás, sempre detestei qualquer espécie de lista) e sou mesmo conhecido por ser super-distraído entre os que privam comigo.
Por isso todos acham muita graça quando eu insisto na necessidade de ter e manter uma agenda actualizada, mas eu sei que, se não fosse ela, eu estaria perdido, desorganizado como sou.
A Agenda tem este múltiplo papel:
a. Serve para não te esqueceres dos compromissos e das tarefas (lógico).
b. Estrutura o teu dia. Um dia estruturado é uma vida organizada. Serve de esqueleto para a vida.
c. Quando colocas coisas na agenda (na véspera ou na semana anterior), estás a criar uma estratégia de pensamento e de acção coerente. Isto é eficaz. No próprio dia só tens de executar o que lá está, sem dúvidas nem segundos-pensamentos nem novas opiniões.
d. Permite medir o teu compromisso: quantas das tarefas foram executadas, a qualidade, a eficácia. E tudo o que pode ser medido pode ser melhorado.
3- Produção
Um guru produz conteúdos todos os dias.
É através deles que tu comunicas com a tua audiência e expressas o teu caminho.
Aqui podes estar a ter um problema: Como ter assunto para escrever algo todos os dias, ou fazer um vídeo, ou escrever um livro, uma palestra, ou qualquer outra coisa? Como já te disse antes: ninguém nasce ensinado e para tudo há um método.
Se seguires o método seguinte, nunca terás falta de assunto e poderás produzir conteúdos numa base diária sem gastares muito tempo:
a. Habitua-te a tomar nota de todas as tuas ideias. Sim, todas. Prepara o teu telefone para gravar voz, arranja um caderninho pequeno para teres sempre contigo. O teu diálogo interior diário, nunca pára. Fazes associações de ideias, juntando milhares delas com outros milhares e daí, de repente, surge algo novo e interessante. Tens de anotar imediatamente. Não interessa se achas que depois te irás lembrar , que a ideia é tão óbvia que é impossível esquecê-la. Engano teu. Irás esquecê-la sim. O mais triste é que uma vez que ela se vá embora não voltará nunca mais. Quantas ideias milionárias já perdeste assim? Posso garantir-te: muitas. Mesmo que na altura não tivesses tido essa consciência.
b. Assim que possível começa a escrever acerca desse tópico, desenvolvendo essa ideia. Não tens de terminar agora, somente tens de começar e avançar quanto possas.
c. Irás acumular vários conteúdos em progresso: começados e não terminados. Isso é óptimo. Imagina que estipulaste publicar no teu blog um artigo às Quintas-feiras e outro aos Domingos. Quando chega o Domingo, tens ali várias opções para publicar . Escolhe a que mais te inspirar, terminas rapidamente e publicas.
d. O facto de publicares a cada 4 dias, por exemplo, não significa que não escrevas todos os dias, antes pelo contrário: tens mesmo de escrever todos os dias. Quem diz escrever diz tomar notas para programas de áudio ou vídeos. É igual.
e. Com o hábito fica cada vez mais fácil. Cada vez produzes mais e de melhor qualidade porque vais dominando melhor o método e a disciplina.